A SOLIDÃO INTERNA NÃO DEVERIA GERAR DESCONFORTO...
Era, e vez ou outra ainda é, um costume para mim filosofar com alguns dos poucos amigos sobre a condição do “eu”, da humanidade e o caminho transcendental das almas amadurecidas no campo de batalha, onde impera a dualidade: luz e sombra. Existe um abismo entre a natureza humana, com toda a sua complexidade manifesta, e a natureza divina original. Quando a nossa verdadeira identidade de alma começa a se manifestar, os pulsos do nosso coração sofrem uma alternância, permitindo a comunhão interna com a nossa alma estelar…
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Não é um processo fácil, porque tudo tem suas implicâncias com a ordem dessa natureza, e o desapego de tudo que pertence a este mundo é necessário. O despertar tem como base ascensional o exercício da nova consciência em seu novo pensar, novo sentir e novo agir. Assim, o “orai e vigiai” é uma constante dentro de uma auto-observação para que não sejamos enganados pelos próprios sentidos.
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O caminho é solitário. Não é você que se afasta das pessoas, mas sim o contrário. Gradativamente, conforme o seu nível de consciência se expande, elas se afastam de você, porque você já não pensa e não age como elas. Então, te libertam: “Olha, você não pertence à nossa turma, você é diferente, tem pensamentos estranhos, procure a sua turma…”. É bem assim…
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A dualidade da luz e da sombra reflete a luta interna que enfrentamos; enquanto buscamos a iluminação, somos constantemente confrontados pela escuridão de nossas próprias sombras. Esse contraste é essencial para o crescimento, pois só ao enfrentar e integrar nossas sombras podemos alcançar uma verdadeira compreensão e união com a nossa natureza divina.
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A solidão interna é um estado profundo de introspecção, onde a alma se encontra em um processo de autodescoberta. Neste espaço solitário, longe das distrações externas, a alma inicia seu despertar, reconhecendo a inversão dos valores que muitas vezes guiam a vida material. O que antes parecia essencial se revela superficial, e o verdadeiro significado da existência começa a emergir. Este despertar convida a um novo modo de pensar, sentir e agir, onde as expectativas são abandonadas e a transcendência flui naturalmente.
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Ao abandonar as expectativas, permitimos que a vida se desenrole conforme seu propósito maior. Cada evento, cada encontro, cada desafio se torna parte de um plano divino, onde Deus nos assiste, não de um trono distante, mas de dentro de nossos próprios corações. Essa presença divina interna é a chama que ilumina nosso caminho, guiando-nos através das sombras da dúvida e da incerteza, rumo à luz da compreensão e da unidade.
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Todas as formas de vida, em seu núcleo mais íntimo, estão conectadas por fios invisíveis que tecem o grande tecido do microcosmo. Deus, em sua infinita expansão, se fragmenta no coração de todas as criaturas, criando uma unidade na diversidade que se estende por infinitos lençóis de universos. Esta conexão universal é a base de nossa evolução espiritual, onde cada alma caminha em direção à unificação com o Criador.
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Somos, portanto, almas evolucionárias, cada uma em seu próprio estágio de crescimento, mas todas movendo-se em direção ao mesmo destino final: a comunhão sagrada com o Criador. No coração desta jornada está o amor, a força que sustenta e nutre todas as formas de vida. É este amor divino que nos conecta e nos mantém no caminho da unificação, lembrando-nos constantemente de nossa origem e de nosso destino comum.
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Neste processo de evolução, a solidão interna se transforma em um espaço de cura e renovação. É aqui que a alma encontra sua verdadeira essência, despida de máscaras e ilusões. Neste estado de autenticidade, a alma pode realmente começar a entender e a viver o amor em sua forma mais pura e incondicional. Este amor não busca possuir ou controlar, mas simplesmente ser, permitindo que cada ser viva sua verdade e siga seu caminho.
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Ao nos alinharmos com este amor e com o propósito divino, começamos a experimentar uma nova forma de existência. Nossos pensamentos se tornam mais claros, nossos sentimentos mais profundos e nossas ações mais alinhadas com nossa verdadeira natureza. Esta transformação interna reflete-se no mundo ao nosso redor, criando uma realidade mais harmoniosa e equilibrada.
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O despertar da alma é, portanto, um retorno à unidade, um reconhecimento de que todos somos partes de um todo maior. Esta consciência nos liberta das limitações impostas pelo ego e nos abre para a infinitude de possibilidades que a vida oferece. Na unidade, encontramos a verdadeira liberdade, a liberdade de ser quem realmente somos, sem medo ou julgamento.
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A transcendência não é algo que buscamos, mas algo que permitimos acontecer. É um estado de ser que emerge quando nos rendemos ao fluxo da vida e confiamos no propósito maior que nos guia. Neste estado de rendição, encontramos paz e contentamento, sabendo que estamos sempre sendo guiados e protegidos pela presença divina dentro de nós.
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Cada momento de nossa vida é uma oportunidade de despertar para esta verdade, de viver em alinhamento com nossa essência divina e de contribuir para o bem-estar do todo. Ao abraçarmos nossa jornada evolutiva com amor e compaixão, não só transformamos nossas próprias vidas, mas também ajudamos a elevar a consciência coletiva da humanidade.
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A solidão interna é um portal para a unidade, um espaço onde a alma pode redescobrir sua verdadeira natureza e se reconectar com o amor divino que permeia todas as coisas. Este amor é a chave para nossa evolução, o caminho para a unificação com o Criador, e a força que nos sustenta em nossa jornada através dos infinitos lençóis de universos.
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Até que alcancemos a conexão com a Unidade Suprema, continuamos a buscar uma compreensão profunda da grande batalha entre a Luz e as sombras da escuridão dentro de nós mesmos…